13 julho 2014

Somos Todos Medíocres?


Ou por quê nos deixamos levar pela auto-confiança e aparência de alta produtividade e competência?

O time estava totalmente perdido em campo, mas a torcida cantava “eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor”. Cegos ou arrogantes em não reconhecer nossa incompetência traduzida em erros básicos e definitivos.

Alguns especialistas apontam o complexo de vira-lata do brasileiro como um impedimento a sua plena capacidade de alcançar o sucesso e o reconhecimento de sua própria nação. Acontece muito de um artista brasileiro, depois de muitos anos de “estrada”, alcançar algum sucesso primeiro no Exterior, para depois ser descoberto pelos seus irmãos de nacionalidade.

Remete-nos aquele chavão “santo de casa não faz milagres”, ou até “casa de ferreiro, espeto de pau”. Será que isso acontece por que, em algum grau, invejamos aquele nosso conterrâneo que, depois de muito esforço e dedicação, alcança o reconhecimento, ou algum tipo de “sucesso”, sempre passageiro e instantâneo.

Não somos totalmente idiotas, isso é fato. Mas esse país precisa de um choque de educação para descobrir seus líderes e espelhar suas ações em trajetórias vitoriosas, olhando primeiro, para o suor e a luta por um lugar ao sol.

O lado positivo da frustração é o amadurecimento. Ir de encontro aos seus erros sempre traz uma reflexão e para isso é preciso o recolhimento. É como deixar todas as confusões do seu dia-a-dia e ir dormir. Depois de um sono reparador, vamos agora mais calmos, repensar o que aconteceu com a nossa brava gente brasileira.

27 abril 2014

Falta compromisso com a notícia aos jornais comunitários

Mobilizar a sociedade para reclamar seus direitos deveria ser o papel dos jornais comunitários. Jornais que, hoje, em sua maioria, são gratuitos e contam apenas com os recursos de poucos anunciantes.

Ficam de fora os tablóides patrocinados pelas maiores empresas de comunicação do país e que pouco lançam seus olhares para a realidade da periferia: pobreza, falta de moradia, falta de transporte, violência nas escolas, mau atendimento na saúde, etc etc.

Basta dar uma espiada em suas páginas para perceber o não-aprofundamento das principais notícias da comunidade. Que interessa ao pobre da periferia saber a quantas anda o sobe-e-desce da Bolsa?

A história de "Milk, a Voz da Igualdade", filme que conta como Harvey Milk (em uma bela atuação de Sean Penn), nos anos 70, conseguiu ser o primeiro homossexual a ocupar um cargo público na cidade de São Francisco, traz exemplos de como a mobilização pode ser determinante para a vitória da liberdade de qualquer povo.

Milk contou com a imprensa para chamar à ação aqueles que viram em Anita Bryan uma ameaça à liberdade de expressão, ou mesmo, ao direito de uma opção sexual que não invalidaria a competência de qualquer postulante a um cargo eletivo.

Precisaríamos de muitos "Milks" para mobilizar o povo brasileiro a lutar por tantas causas, a começar por combater a corrupção que grassa nos gabinetes políticos com a conivência de juízes e a chancela de autoridades até então consideradas incorruptíveis.

De crianças a idosos, todos tem motivos para se mobilizar. As crianças sendo mal tratadas e abusadas dentro de suas casas pelas pessoas mais queridas. Os jovens sem emprego, perambulando pelas ruas e se envolvendo cada vez mais nas drogas e na violência. Os adultos desempregados, lutando para sobreviver com subempregos, ganhando a vida como camelôs pois não encontram dignidade na oferta de empregos. Os velhos é que vão sustentando a família com o pouco que ganham de aposentadoria.

Em suma, este é o país da mobilização. Ou tiramos as bundas das cadeiras para fazer parte da multidão ou estaremos entregues às moscas. E não basta aparecer apenas por um dia na TV ou nos jornais, é preciso dar as mãos, fazer parte dos movimentos populares, reclamar de nossos representantes a mudança prometida nos palcos das campanhas.

Portanto, aos jornais comunitários basta aprofundar essas questões que colocam toda a sociedade em cheque, e cumprir o seu verdadeiro papel que é comunicar a ação, convocar as massas, informar com responsabilidade e mobilizar-se em prol daqueles que gritam todos os dias nas ruas mas não são ouvidos: os brasileiros da periferia.